Mini aula: Prospecção Fanática
#40
E chegamos a penúltima parte do Prospecção Fanática!
Sem mais delongas, aqui está o resumo misturado com minhas notas do capítulo 14 ao 20.
Esse conteúdo é do tipo que tu podes colocar em prática assim que finalizar a leitura!
Bora lá?
Capítulo 14: A mensagem importa
Clientes não vão abrir mão do tempo deles pra ouvir sobre ti, tua empresa ou teus “números impressionantes”.
Se tua abordagem começa com “nós somos líderes de mercado”, “temos uma solução inovadora” ou “queria te mostrar o que fazemos”, as tuas chances de sucesso são bem baixas.
Essas mensagens tendem a não performar bem, porque são autocentradas.
A verdade é simples: os clientes se encontram contigo pelos motivos deles, não pelos teus.
Então, tua primeira venda é sempre a venda do tempo.. e tempo é um recurso escasso. O teu objetivo precisa ser dar um bom motivo pra pessoa parar o que está fazendo e te ouvir por alguns minutos.
Pra isso, tu precisa dominar dois pilares:
Clareza. Saber exatamente por que tu tá ligando e o que tu quer daquela conversa. É marcar reunião? Entender um processo? Validar uma dor? A tua abordagem muda conforme o teu plano.
Relevância. O que pode se relevante para o lead? Aqui entra o conhecimento profundo sobre a persona e a tua pesquisa para te ajudar com hipóteses.
E lembra: decisões são emocionais antes de serem racionais. A lógica só entra pra justificar. Por isso, tua mensagem precisa carregar pelo menos um destes três tipos de valor:
Valor emocional: mostra empatia pelo cenário do lead e se conecta com problemas.
Valor de insight: provoca curiosidade e informa sobre algo que o lead ainda não saiba.
Valor tangível: entrega um número, ganho ou resultado que faz sentido no contexto dela, e para líderes técnicos isso tende a ser muito importante.
Outra ponto crucial é a confiança. O cliente sente quando tu tá inseguro. É visível na postura, na voz, até na falta de silêncio. Por isso, o Jeb sugere a técnica do espelho:
fala olhando pra tua expressão. Se tu parece tensa, exausta, pedindo desculpa, tua voz entrega isso. Corrige corpo → corrige tom → corrige impacto (A Thayse é uma referência pra mim nessa técnica. Ela tem um espelho na frente dela e se corrige o tempo todo)
E sobre tom: postura presuntiva não é arrogância. Tem uma parte no livro só dedicada a como “se portar".
Fale partindo do pressuposto de que faz sentido conversar. Ao invés de “Será que posso te apresentar…?”, O Jeb da um exemplo +- assim: “Quero te pedir 10 minutos amanhã pra conversar sobre [motivo]. Melhor 9h ou 11h?”.
Depois que tu pede… fica em silêncio.
A confiança não está em falar mais, está em sustentar o silêncio sem se justificar (e isso é um baitaaa exercício! Sugiro testar com as tuas relações pessoais primeiro e ver como vai se comportar, e depois tu transfere isso para as chamadas).
Capítulo 15: Excelência da prospecção por telefone
Telefone ainda é o canal pra gerar conversa, mas o que mais trava vendedor não é técnica, mas medo.
Medo de rejeição, de parecer invasivo, de “não saber o que dizer”. Então a gente inventa desculpas: “ninguém atende”, “todo mundo usa e-mail agora”, “vou mandar mensagem primeiro”.
Nós fugimos do desconforto.
O Jeb é categórico: vendedores que evitam o telefone fracassam. Eles têm pipeline fraco, zero previsibilidade e vivem correndo atrás do resultado.
Então o que fazer:
Blocos de poder. Agende períodos curtos e intensos de ligação, de 45 a 60 minutos, sem interrupção. Nada de “vou ligar quando der tempo”. Se tu não marca esse horário, alguém vai marcar algo nele!
Estrutura básica da ligação:
Chama pelo nome (“Maria?”).
Te identifica rapidamente (“Aqui é a [teu nome], da [empresa].”).
Explica o motivo (“Tô te ligando porque vi que vocês [contexto específico].”).
Faz um link com algo relevante pra ela (“Isso normalmente impacta [problema].”).
Pede. “Podemos estender a nossa conversa se isso for relevante para ti neste momento?”
O foco não é vender o produto, é vender a conversa.
Tenho esse vídeo trazendo mais detalhes de uma abordagem baseada no livro Cold Calling Sucks:
Filosofia do engole o sapo cedo.
“Engolir o sapo” é começar o dia fazendo o que é mais difícil e mais importante. Se tu empurra a prospecção pro fim do dia, tu sabe o que acontece: aparece reunião, e-mail, urgência… e tu termina o dia com a sensação de “trabalhei muito”, mas não rendeu nada.
Então faz o mais difícil primeiro. É ali que mora o teu diferencial.
Capítulo 16: RDOs: Resposta de Reflexo, Dispensa e Objeção
O Jeb começa com a frase do Mike Tyson: “Todo mundo tem um plano até levar um soco na cara.”
Em vendas, esse soco é o “não” de cada dia.
Quando tu liga pra alguém e ouve “não tô interessada”, teu cérebro não diferencia “tão rejeitando minha proposta” de “tão me rejeitando como pessoa”. É fisiológico, e por isso dói tanto.
Mas aqui está o ponto: rejeição é inevitável.
A diferença é o que tu faz depois.
Ele divide as respostas em três grupos, que ele detalha no livro Objeções, que eu recomendo a todos, e inclusive temos um módulo sobre ele no Prospecção na Prática:
Resposta de reflexo: automática, tipo “já tenho fornecedor”, “tá tudo certo”. É instintivo.
Dispensa: “me manda por e-mail”, “fala comigo mês que vem”. Educada, mas é só pra se livrar de ti.
Objeção real: vem com justificativa concreta (“acabamos de fechar”, “estamos em reestruturação”). É aqui que vamos trabalhar melhor as técnicas de objeções.
Quando tu entende como categorizar as tuas objeções, tu para de reagir igual pra tudo.
E o Jeb traz uma estrutura prática pra responder:
Ancorar: segure a emoção. Respire. Entende que é só uma objeção!
Romper: responde de forma inesperada. Se a pessoa diz “tô satisfeita”, responde “ótimo, se tu tá feliz, nem deveria mexer nisso agora.” Isso quebra o padrão!
Pedir: avança com algo pequeno. “Já que tu tá satisfeita, posso só te mandar um case pra quando tu quiser revisar mais pra frente?”
Rejeição pode doer como algo pessoal, mas não precisa ser paralisante. O segredo é tratar cada “não” como parte da estatística, não como juízo de valor.
E quando alguém for super relutante e não quiser te dar atenção, siga como o Jeb e seu cartão surrado de 25 anos que ele carregava na carteira: PRÓXIMO…
Capítulo 17: As vidas secretas dos Guardiões
Por mais que vejamos Gatekeepers como obstáculos, são pessoas fazendo o trabalho delas.
E o jeito como tu trata essas pessoas define se tu vai pra frente… ou não.
Preste atenção nesses 3 pontos:
Simplicidade e transparência. Não tenta passar truque (“é pessoal”, “ele tá me esperando”). Isso destrói tua credibilidade.
Humanidade. “Oi, tudo bem? Eu sei que tu deve receber muitas ligações assim, mas eu preciso falar com o [decisor] sobre um tema que pode impactar [área X]. Tu pode me ajudar a chegar até ele do jeito certo?”
Pedindo ajuda genuinamente. As pessoas gostam de ajudar quando percebem que não estão sendo manipuladas.
Se mesmo assim não conseguir passar pelas secretárias:
Liga pra outro ramal e confirma o contato certo.
Liga pra um vendedor da empresa e pede ajuda de “vendedor pra vendedor”.
Manda e-mail e liga em seguida fazendo referência cruzada.
E, se for uma conta importante, vai presencialmente e deixa um bilhete à mão.
Ninguém faz isso. Por isso funciona.
E lembra: tu também é gatekeeper. Tu também decide quem ganha teu tempo.
Então entende que o “não” do outro lado nem sempre é pessoal.
Ps.: no Prospecção na prática temos um módulo sobre abordagem e um conteúdo dedicado a gatekeepers.
Capítulo 18: Prospecção presencial
Vendas presenciais são poderosíssimas, mas precisam de estratégia.
A Kelly, citada do livro, é o exemplo da vendedora que faz isso de forma inteligente. Ela não “sai pra visitar”. Ela planeja rotas.
Como funciona:
Usa telefone pra marcar de 2 a 3 reuniões qualificadas numa região.
Pesquisa mais 3 a 5 contatos potenciais próximos dessas reuniões.
Faz uma rota eficiente. Cada deslocamento vira várias oportunidades.
Isso elimina desperdício de tempo.
Antes de ir pra rua, pensa:
O que eu quero de cada visita? Qualificar? Marcar follow-up? Entender cenário?
Tenho tudo o que preciso pra mostrar se pedirem? (eu lembro aqui do caso do Adibe, da CIMED, que contou que o vendedor da Fini estava preparado quando a chance chegou)
E se não for o decisor, como eu saio de lá com uma informação útil?
E durante as visitas, fique atento a novas possibilidades!
Olha placas, fornecedores, concorrentes, caminhões, nomes de crachás. Converse com as pessoas que fazem parte da empresa e colete informações.
E lembra: quem vive na rua passa horas no carro, use esse tempo pra estudar, ouvir podcast, revisar abordagem, gravar insights.
Capítulo 19: Prospecção por e-mail
Mesmo com o tempo, os princípios continuam os mesmos: clareza, brevidade e personalização.
As três regras:
Teu e-mail precisa ser entregue: Evita anexos pesados, palavras tipo “promoção” ou “grátis”, e formatações exageradas. Tudo isso aumenta o risco de spam.
Teu e-mail precisa ser aberto: Pra isso, tu precisa de familiaridade e assunto forte. Usa os outros canais pra construir reconhecimento…linkedIn, evento, call anterior.
Teu e-mail precisa convencer: gerar curiosidade e confiança pra próxima conversa.
A estrutura “F.I.T.P.” (Fisgar, Identificar, Transpor, Pedir):
Fisgar: assunto e primeira linha que mostram que tu entende o contexto.
Identificar: demonstra que tu percebe o problema real.
Transpor: conecta com o que tu pode agregar.
Pedir: um CTA simples e específico.
Dicas extras:
Um único CTA por e-mail.
Curto, direto, pessoal.
E sempre revisa antes de enviar. Teu e-mail é a tua reputação escrita, então cuidado com palavras erradas, errar o nome da pessoa etc.
E-mail é apoio, não principal.
Clareza > volume.
Capítulo 20: Mensagem de texto (WhatsApp)
No Brasil, o WhatsApp virou o que o SMS era quando o livro foi escrito. E o princípio é o mesmo: canal de proximidade.
Funciona melhor quando já existe algum contato prévio, um evento, uma introdução, um follow-up de e-mail.
Mensagens frias soam invasivas, mas mensagens curtas, diretas e humanas constroem relacionamento.
Usos que funcionam:
Depois de um evento: “Oi [nome], aqui é [teu nome] da [empresa]. Adorei tua fala sobre [assunto]. Posso te mandar um material que conecta com o que tu comentou?”
Após um gatilho: “Vi que vocês anunciaram [projeto]. Imagino que esteja uma correria boa aí. Li algo que pode te ajudar [adicione a URL].
Follow-ups curtos: lembretes, agradecimentos, insights pontuais.
As sete regras:
Te identifica
A mensagem importa… vai direto ao ponto
Seja breve
Evita abreviações
Mostra a URL completa
Leia antes de enviar
Sabe pra onde quer levar a conversa
Para nós, o wpp é um baita canal.. e algo que passo para meus alunos e mentorados é o uso de vídeo nativo do wpp! A conversão é incrível, pois humaniza muito mais!
Espero que vocês tenham curtido o resumão mini aula, e ainda nesta semana trarei os últimos 3 capítulos.
Ahhh.. e eu deixei os insights dos primeiros 6 capítulos neste vídeo aqui:
Assistam e me digam o que acharam.
Ótima semana e até breve!


Excelente resumo Fernanda Garcia. É sempre muito bom acompanhar suas percepções e anotações.
Caraca isso daqui tá bom DEMAIS, eu PRECISO compartilhar com o meu time agora kkk!
Fer, vc é SENSACIONAL!
To ansiosa pelos resumos compilados do pense de novo!