Produtividade e IA em Vendas
#36
No último episódio do The SaaS Outline, tive a oportunidade de conversar com a Thaís, CEO da Elephan.ai, sobre um tema que está no centro das discussões de quem trabalha com receita: como a inteligência artificial pode ir além de tarefas operacionais e se tornar uma alavanca estratégica para vendas, pré-vendas e CS?
O papo foi uma verdadeira aula prática sobre como estruturar o stack de ferramentas, como cultivar uma cultura orientada a dados e como a IA está mudando não só a produtividade, mas também a eficiência e a forma de gerar receita.
Vocês podem conferir na íntegra no spotify:
e também em vídeo no youtube:
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O que é essencial no stack de vendas?
Stack mínimo recomendado:
CRM: não precisa ser robusto, mas tem que existir (e precisa estar com os dados atualizados e organizados)
Canal de aquisição: site, formulário, listas ou landing page para centralizar contatos.
IA integrada: já no início, para apoiar na produtividade e transformar dados brutos em inteligência.
Esse “básico bem feito” evita o retrabalho que muitas empresas sofrem ao tentar organizar o caos só depois de crescer.
E muitos fundadores e gestores ainda deixam a aplicação de IA para depois, mas o ideal é já começar a usar IA para pelo menos ter mais entendimento dos dados e poder tomar mais decisões estratégicas.
Adotar um CRM simples, por exemplo, permite organizar pipeline, registrar conversas e, principalmente, construir histórico desde o dia zero. Esse cuidado inicial faz toda a diferença na expansão da equipe, porque:
Garante visibilidade da evolução das dores e objeções dos clientes ao longo do tempo.
Acelera a rampagem dos novos vendedores.
Cria um terreno fértil para que a IA entre desde cedo como parte natural do processo.
IA em vendas não é apenas tomar notas
É comum associar IA em vendas apenas a notas de reunião ou preenchimento automático de CRM, mas segundo a Thaís, esse é só o primeiro passo.
A Elephan, por exemplo, oferece funcionalidades que realmente mudam a operação:
Feedback automático e detalhado de acordo com o playbook
Identificação de pontos cegos nas negociações
Construção de um playbook vivo, com base em chamadas registradas e analisadas.
Preparação personalizada dos vendedores, com alertas antes de cada reunião.
O impacto prático é enorme: vendedores mais autônomos, gestores com feedbacks objetivos e ciclos de vendas até 30% mais curtos. Isso muda a régua de comparação do que significa ser produtivo.
Ferramenta não resolve cultura
Ferramentas só entregam resultados quando existe cultura para usá-las bem.
Não adianta querer que o time use IA, mas não ter nenhum incentivo e exemplo de como terá impacto na performance!
O impacto de IA da a possibilidade de:
Vendedores terem feedback imediato das calls, sem esperar o próximo 1:1
Gestores poderes interpretar os dados de forma clara para decisões rápidas e baseadas em fatos.
CS receber handovers completos, já preenchidos pela IA, reduzindo a perda de informação crítica e garantindo um onboarding mais fluido.
Como ela disse:
“Ferramenta não resolve cultura, mas apoia para ter uma cultura eficiente. Se o time não usar, não adianta contratar.”
Essa mentalidade cria um círculo de mais engajamento, mais clareza no que é cobrado e melhores resultados.
Da produtividade à eficiência
Um dos pontos que exploramos com mais intensidade foi a mudança de perspectiva:
Antes: IA = produtividade (fazer mais em menos tempo).
Agora: IA = eficiência (fazer o que realmente importa, reduzir riscos e usar recursos de forma inteligente).
Na prática, isso se traduz em:
Empresas que quadruplicaram a taxa de conversão em 6 meses
Ciclos de vendas encurtados em até 20%–30%.
Redução de 40 minutos para apenas 5 minutos no preenchimento de CRMs.
É uma virada de chave muito atrativa: não se trata apenas de ganhar tempo, mas de gerar impacto direto em receita e na previsibilidade do negócio.
O que esperar do mercado?
Também falamos sobre como diferentes empresas estão lidando com a adoção de IA:
Scale-ups: puxam a adoção, muitas vezes por pressão de conselheiros, mesmo antes de sentir uma dor clara.
Startups menores: adotam rápido, experimentam e ajustam sem medo de errar.
Grandes empresas: enfrentam barreiras de segurança e burocracia, mas times internos já levantam a bandeira para não ficarem para trás.
Outro ponto interessante foi o impacto no alinhamento entre áreas. A IA não está apenas ajudando vendas e CS, mas também alimentando marketing com insights de clientes reais, usando os dados para dar ainda mais apoio em campanhas, conteúdos e eventos.
Resumão da Fer
Se eu pudesse resumir os aprendizados em alguns bullets, seriam estes:
Comece cedo: use IA desde o primeiro lead, não espere o caos para organizar.
Cultura acima de ferramenta: ensine o time a usar IA como ferramenta estratégica para seu próprio benefícios, não só operacional e “top down”.
Eficiência além de produtividade: IA não só economiza tempo, mas ajuda a vender mais e melhor.
Teste rápido e aprenda rápido: troque ferramentas sem medo.. a velocidade importa mais que a perfeição.
Converse com quem já viveu a dor: comunidades e trocas práticas valem mais do que qualquer case no site de fornecedor.
E aí, o que achou desse resumão do podcast? :D
Obrigada por ler até aqui e até a próxima semana!

